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O Cooperativismo na Geração Distribuída é um bom negócio?

O Cooperativismo na Geração Distribuída é um bom negócio?

No primeiro semestre de 2025 o Cooperativismo na Geração Distribuída se destaca em crescimento, estratégia e governança democrática. O cenário da   geração distribuída (GD) no Brasil demonstrou uma adaptação concreta aos instrumentos previstos na Lei nº 14.300/22. A modalidade apresenta desempenho expressivo, com destaque para o crescimento das cooperativas de energia — um modelo democrático, acessível e sustentável para a promoção da energia limpa. As cooperativas consolidam-se, assim, como uma alternativa eficaz e inclusiva na transição energética nacional.

De acordo com os dados do primeiro semestre de 2025, observa-se um aumento significativo na participação das cooperativas na GD, especialmente nos modelos de múltiplas unidades consumidoras. A modalidade de Autoconsumo Remoto (AR) se sobressai, com incremento de 41% no número de Unidades Consumidoras (UCs), possivelmente impulsionado pelo artigo 3º da Lei nº 14.300/25, que autoriza a unificação da titularidade em projetos de geração compartilhada. Essa medida permite que cooperativas, consórcios ou condomínios transfiram a titularidade ao consumidor final, facilitando a compensação de energia e evitando a incidência de ICMS sobre a energia injetada na rede.

Além disso, a modalidade cooperativa de AR apresenta os maiores percentuais de ingresso de novas cooperativas (11%) e uma distribuição equilibrada entre potência instalada e número de usinas, sinalizando a maturidade do modelo.

As Cooperativas de Geração Compartilhada também apresentaram excelente desempenho no primeiro semestre de 2025, com aumento de 62% no número de usinas. Atualmente, são 741 empreendimentos em operação, com mais de 250 MW de potência instalada, que compartilham energia para mais de 195 mil Unidades Consumidoras.

Por sua vez, as cooperativas que geram e consomem energia na mesma unidade, voltadas sobretudo à autossuficiência em processos produtivos, seguem trajetória estável. Trata-se de uma opção estratégica para quem busca redução de custos, ganho de competitividade e sustentabilidade. Os resultados desta modalidade incluem aumento de 9% no número de cooperativas produtoras, com 16% de novas usinas e 23% de crescimento na potência instalada. Os números compilados estão disponíveis aqui no Energia.coop, na aba “Fatos e Números” subitem “Dados GD” e têm como base os dados públicos atualizados pela ANEEL.

Potencial econômico e participação democrática

As cooperativas de GD mantêm sua viabilidade econômica mesmo diante de distorções provocadas por tributos polêmicos, como a cobrança do ICMS. Atualmente, o modelo reúne milhares de cooperados e centenas de megawatts instalados, distribuídos em todos os estados brasileiros. Além de fornecer energia renovável a preços acessíveis, o cooperativismo fortalece o senso de pertencimento por meio de uma governança participativa, em que cada membro possui voz ativa nas decisões estratégicas.

Cooperação e mercado livre: novo horizonte regulatório

Uma matéria da CNN publicada em 30 de junho, no CNN Energia, reforça de forma contundente o cenário favorável às cooperativas de GD. O conteúdo aborda a economia proporcionada na conta de luz dos cooperados e o potencial de inclusão do consumidor com a abertura gradual do setor elétrico nacional, prevista na Medida Provisória nº 1.300/2025. Caso aprovada como lei, essa MP permitirá que consumidores residenciais, a partir de 2027, possam ingressar no Mercado Livre de Energia, escolhendo livremente seus fornecedores.

Essa transformação regulatória representa uma mudança estrutural no setor, promovendo competitividade, transparência e novas oportunidades para que modelos cooperativistas se afirmem como alternativa viável e atrativa. À medida que os consumidores buscam soluções mais acessíveis, sustentáveis e que ofereçam maior controle sobre seus gastos, o cooperativismo ganha força por aliar eficiência energética à governança democrática — além de fomentar o desenvolvimento local.

O fortalecimento dessas iniciativas não é apenas consequência da abertura do mercado, mas também reflexo do amadurecimento do consumidor brasileiro e da evolução das políticas públicas voltadas à transição energética. A matéria da CNN contou com a participação da cooperativa COGECOM e pode ser acessada em Multimídia – Energia Cooperativa, vale curtir e compartilhar.


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